terça-feira, 2 de agosto de 2016

Indignada

Definitivamente, eles pensam que ela é uma formiga, barata, mosca ou qualquer outro inseto que se atola em doces.

Você entra na loja de brinquedos... pirulito. 
Vai comprar uma roupa para a criança... pirulito. 
Sai do brinquedinho... pirulito. 
Cortar o cabelo... pirulito. 
Fazer as unhas... pirulito. 

Até no salão de beleza, que não é nem infantil, basta você entrar com a criança que o povo já oferece o maldito pirulito. Não vou nem citar as festinhas de criança... Pirulito, jujuba, bombom e todo esse mundo da perdição do açúcar encantado.

Vem cá... O mundo é um pirulito ou eu que não tive infância? Alguma mãe por aí?

Sinceramente, essas bolsinhas que dão como lembrancinha nos aniversários infantis, entupidas de porcaria doces, são o cúmulo da falta de criatividade. Depois, cria-se o mito da criança que come mal. Claro! Só tem adulto cego e infantilizado por perto!!!

Gente, quem foi que disse que crianças adoram doces? Me pergunto se elas realmente são desesperadas por eles ou se são os adultos mal resolvidos aí da vida, carentes, que precisam conquistar o mínimo da atenção desses seres brilhantes. Está explicado, né!

Conheço uma que antes de ser introduzida ao mundo dos doces, era alucinada por aquela linda bolinha vermelha, chamada tomate cereja. Não podia ver um bró-bró (brócolis), que o atacava. Aí chega um adulto besta e apresenta o doce. Detalhe: não só o apresenta, como faz toda uma cerimônia de abertura, como se o doce fosse o elixir da longa vida. Qual a criança que não vai se deslumbrar? A expectativa em torno da reação da criança ao ganhar o mimo também é fenomenal.

Conheço outra que nunca passou da frutose, é uma criança absolutamente feliz e adora comer frutas e verduras. Obviamente, ainda não tem nenhum desses adultos por perto. Mal sabe a mãe sobre a batalha que vai travar quando a filha começar a entrar no mundo social.

Não sou contra adocicar a vida de vez em quando. Até saio nos fins de semana para comer uma torta, tomar um sorvete ou algo parecido. O problema é o excesso e a consequência me irrita. Depois quem tem que aguentar a criança com dor de barriga, empachada e com prisão de ventre são os pais. Fora que o povo não quer nem saber e a bugiganga aparece bem na hora do almoço ou do jantar. Não preciso nem dizer o resultado.

Não me lembro de ter comido tanta porcaria quando era pequena e nem por isso fui infeliz, até porque subir nas árvores, andar de bicicleta e brincar de pega-pega são as melhores lembranças que tenho da minha infância genuinamente divertida.

Imagem: Pixabay

Nenhum comentário:

Postar um comentário